segunda-feira, 6 de maio de 2013

Emilie Autumn finalmente ganha seu primeiro clipe!




Depois de anos, finalmente os Plague Rats puderam ter o tão sonhado vídeo clipe da Emilie Autumn com Fight Like a Girl (FLAG). 

Não conhece Emilie Autumn? Calma que eu te apresento!



Conhecida por sua maneira burlesque e muito teatral de se apresentar em shows ao lado das Bloody Crumpets, Emilie Autumn nem sempre foi o centro em seu meio musical.

Na verdade, começou sua carreira como violinista (instrumento que toca desde os primórdios de sua existência), fazendo participações em músicas de bandas como Smashing Pumpkings e Hole, até perceber que tinha talento o suficiente para ter (e ser) sua própria banda, por mais que jamais se enxergasse de fato como vocalista. Chegou até a fazer parte da trilha sonora do filme de terror Jogos Mortais (Saw) com um violino bem angustiante acompanhando a temática do filme. 



Para conseguir entrar melhor nas músicas dessa artista e compositora é preciso compreender sua história um tanto quanto conturbada.




No CD Enchant (primeiro CD oficial) temos algo bem suave. Emilie até então dizia ser uma fada. Vestindo-se como uma, suas músicas também falavam de tais contos - de fadas, e claro, com sua visão sobre eles nas letras, horas de forma amarga, horas de forma doce. Fã de Shakespeare assumida, prestou homenagem à ele em sua música Oh Mistress Mine

Foi um belo CD de estréia para uma artista que estava fazendo tudo sozinha. Ela gravava os violinos, o piano, e mixava as músicas em seu computador.


No começo seus shows limitavam-se à asas de fadas, e EA com seu violino personalizado.

Desde então EA já sofria de depressão devido ao abuso sexual que sofrera na infância, mas algo que mudaria o rumo de sua carreira aconteceria a seguir.

Após fazer um aborto, sua depressão teve um pico, fazendo EA tentar cometer suicídio, e como tudo tem consequências, acabou sendo internada numa clínica psiquiátrica - que de acordo com ela, lembrava muito aquelas clínicas de filme de terror. O que mais assustava Emilie nessa época era o fato de que ninguém a visitou sequer uma vez, ninguém a telefonava, ninguém se importava, aparentemente, com o fato de que estava lá enclausurada. 




Ao sair da clínica a primeira coisa que fez foi tatuar o número de sua "cela" – como ela mesma chama, no braço - para nunca esquecer do que aconteceu lá dentro. Renascida, temos seu próximo grande CD: Opheliac.




Desta vez sem as asas de fada, EA se mostra quase como uma boneca de trapos, sempre com um coração embaixo dos olhos. Adotando um estilo mais vitoriano, passou a fazer músicas autointituladas "VictorianIndustrial", como o  nome diz: Metal Industrial com toques Vitorianos - devido ao seu violino. 

Em Opheliac temos uma Emilie muito puta com o mundo, e finalmente botando tudo para fora. Seu abuso sexual, a forma como foi tratada na clínica, e muitas outras coisas. 



Emilie Autumn sofre de distúrbio de personalidade bipolar, e assumiu ser assexuada devido aos traumas. Em Opheliac suas músicas melancólicas que falam sobre suicídio como se não fossem nada demais dão até um ar de "mental illness can be glamourous", e por isso muitas pessoas não curtem o trabalho dela. 




Lançou o livro The Asylum for Wayward Victorian Girls, e daí surgiu a ideia de FLAG (Fight Like a Girl), seu novo CD. E novamente podemos ver Emilie renascendo, desta vez com sede de vingança.




FLAG (Fight Like a Girl) é basicamente uma trilha sonora para o livro que retrata sua história enquanto estava internada (uma espécie de autoficção)

Sinto muita falta da fase Opheliac, sendo muito sincera, mas FLAG tem seus pontos altos e baixos como qualquer CD. 



Girls! Girls! Girls! é sem dúvida uma música que se eu fosse a EA escolheria como single, devido ao seu estilo de musical da Broadway. Time for Tea é uma música muito boa - se tiver em mente o cenário em que Emilie Autumn quer te colocar. Take the Pill lembra muito a fase Opheliac, mas ainda na temática de FLAG.

Fiquei feliz em ver que ela continua criando músicas leves como What will I remember, I don’t understand, Start Another Story e One foot in front of the other – esta última fechando o CD deixando um bocado de esperança depois de todo o sofrimento que o disco retrata.

Pois é, porque no fim, FLAG é sobre isso: Sofrimento de mulheres enclausuradas num asilo para pessoas loucas, sendo assediadas dentre outras coisas. Os médicos são os vilões, e as pacientes decidem se rebelar contra essa ditadura dentro do asilo. Lembrando que tudo se passa nos tempos vitorianos. 

FLAG ao mesmo tempo que te dá certa agonia com suas letras bem melancólicas, umas de revolta, outras para chocar, no fim é um conforto para quem passou por situações semelhantes e é o grito de guerra da Emilie Autumn.


Agora que está mais que por dentro de sua história, e do que se trata o CD, você pode conferir o clipe clicando aqui ;)


Claro, não tem como não fazer comparações com o filme SuckerPunch, mas precisamos lembrar que seu livro veio muito antes do filme.

No fim, após AAAAANOS de espera, achei que valeu a pena.

E você, o que achou do clipe?


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2 comentários:

Calton disse...

Continuo não gostando muito do estilo musical em algumas musicas, mas depois de ler essa breve biografia vou tentar ouvir de novo com mais paciencia [as do F.L.A.G. que eu ouvi agora rapidinho realmente pareceram mais agradaveis] e apesar do livro ter vindo antes do filme sucker punch, o clipe veio depois, não to dizendo que ela copiou, mas que bebeu da fonte [pelo menos visualmente] acho que rolou hein? XD

Camila Lemon disse...

Adorei esse post. Conheço o trabalho dela desde 2008 mas eu não conhecia essa história conturbada e nem o CD nov. Lembro que não gostei do Enchant, sou meio que exclusivamente aficionada pelo Opheliac. Adoro a intro de Dead is the New Alive e a letra de The Art of Suicide :)

Quais são suas músicas favoritas? Bjs